Localizada no oeste do Rio Grande do Sul, entre as cidades de Santa Maria e Uruguaiana, Alegrete tem sua fundação vinculada à política de expansão do território português em direção à Região Platina, na margem direita do rio Uruguai. Próxima à atual fronteira sul do país, integrou parte das missões jesuíticas espanholas, ainda no século XVII. Ponto estratégico por onde se enviava produtos aos portos de Buenos Aires e Montevidéu, prosperou no século XIX, quando seu núcleo urbano se estruturou, com ruas, praças, casas, estabelecimentos comerciais e a chegada de imigrantes e viajantes.
Na segunda década do século XX, o setor de comércio e serviços representava a principal atividade econômica da cidade, que na época tinha 33 ruas e cerca de 2 mil prédios, quase a totalidade de um único pavimento. Ainda hoje, a cidade conta com um conjunto uniforme e parcialmente preservado dessas construções.
A expansão do núcleo inicial se deu paralelamente à praça da igreja, onde se destaca a Rua dos Andradas. Em sua esquina com a Rua Vinte de Setembro, no caminho entre a Câmara Municipal e a Praça Nova, situavam-se, de um lado, a alfaiataria A Moderna, de Rafael La Gamba, e logo em frente a casa hoje ocupada pela Raia, recuperada para a instalação da farmácia. Com seis dormitórios, um escritório, sala de estar, cozinha, copa, dois banheiros, ela pertencia originalmente à família do pecuarista Sebastião Nogueira Dornelles.