São José do Rio Preto cresceu pela chegada da Estrada de Ferro Araraquarense em 1912. Era o principal centro econômico da região e última estação da linha, o que impactou sua dinâmica urbana e cultural. Na esquina de uma de suas principais vias centrais, a duas quadras da catedral, encontra-se preservado o prédio onde funcionou o Cine Teatro São Paulo e funciona, ainda hoje, o Hotel São Paulo. Ao longo de seu pavimento térreo, projetado para abrigar módulos comerciais para locação, há diversos estabelecimentos, dentre os quais a Raia, desde a década de 1980.
O edifício multiuso possui fachadas em estilo Art Déco, linguagem comum aos prédios de cinemas da década de 1940. É obra da firma construtora de Armando Maia Lello, que atuava principalmente na cidade de São Paulo, responsável por outros cinemas e pelo Edifício Santa Elisa, no Largo do Arouche (p. 204). Sua inauguração foi bastante noticiada na época, com destaque para os modernos equipamentos cinematográficos e os luxuosos acabamentos decorativos. Os proprietários, Francisco e Antônio Curti, chegaram a ter uma grande rede de cinemas do interior paulista, com 25 cinemas próprios e 46 em parceria. Com sua fachada cilíndrica de balcões curvos, o edifício ainda se destaca em meio aos prédios altos levantados a partir da década de 1950.