A pequena cidade de Vacaria, no nordeste do Rio Grande do Sul, localiza-se em uma das regiões do estado de ocupação mais antiga. O gado solto pelos missionários jesuítas na área deu nome ao lugar – Vacaria dos Pinhais –, onde se estabeleceu um pouso ainda no século XVII. O comércio e a criação de gado foram as atividades econômicas principais para o desenvolvimento do povoado no entorno da então capela de Nossa Senhora da Oliveira de Vacaria, hoje catedral. No século XIX, além de portugueses, alemães e italianos tornaram-se proprietários de terras na área. Conforme registros, no ano de 1900, Vacaria tinha 140 casas e 601 habitantes.
Somente por volta da década de 1940, as praças e as ruas do centro urbano, ou “Vila Velha”, como foi apelidado, foram dotadas de calçamentos e projetos urbanos que transformaram suas feições. A antiga Rua do Vinagre – atual Ramiro Barcelos, onde foi construída a unidade da Raia – foi um lugar precursor da vida moderna e urbana na cidade, com mercado, café, cinema e outros atrativos, pois tinha calçada pavimentada, um trecho com nós de pinho e outro já de pedra, contrastando com as demais ruas ainda de terra batida. Ela passava ao lado da praça da igreja, coração da “Vila Velha”, que também foi reformada no mesmo período.
Em uma esquina voltada para a praça, vizinha da catedral e da sede da prefeitura, foi instalada recentemente uma farmácia Raia. Em razão de seu contexto, o projeto novo foi concebido de modo a manter uma discrição em relação aos edifícios mais imponentes de seu entorno, que têm destaque como patrimônio cultural, fazendo referência a uma arquitetura histórica e de padrão simples, mas com linguagem contemporânea.