LUGARES DE CUIDADO E MEMÓRIA
Raia e Drogasil: arquiteturas de interesse histórico
HISTÓRIAS

A preservação da paisagem

A Catedral Nossa Senhora da Oliveira é o símbolo maior de Vacaria. Iniciada em 1900, a construção em estilo neogótico se destaca pelas torres pontiagudas, por grandes vitrais, pela rica ornamentação e pelo peculiar tom avermelhado das pedras de basalto. É uma joia que enche os olhos.

Há cinquenta anos ela era rodeada por construções não tão imponentes, mas igualmente bonitas. Boa parte delas, porém, não está mais ali. Claro, a suntuosa catedral não corre o risco de vir abaixo, pois há o fator simbólico e o carinho que os habitantes têm por ela. Mas, se não fosse isso, talvez já tivéssemos um prédio de escritórios em seu lugar.

“O centro das cidades cresceu sem planejamento”, aponta o professor Rafael Lisboa Grazziotin, morador da cidade e estudioso do patrimônio histórico local. “As obras foram se sucedendo, e, de uma hora para outra, se passou a ter um prédio em um estilo, outro em outro. O resultado é desagradável do ponto de vista estético, mas era a mentalidade da época.”

Felizmente, porém, mentalidades mudam. O cuidado com a herança arquitetônica ganhou relevância e mobilizou pessoas em sua defesa. No Rio Grande do Sul, o Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra solicita que as cidades organizem seus departamentos de valorização do patrimônio com vistas à preservação. Segundo Grazziotin, há 47 edificações de valor histórico em Vacaria, sendo 15 essenciais.

A Raia abriu sua unidade ali em 2021. Já com essa consciência e diante da necessidade de erguer uma nova construção na histórica Praça General Daltro Filho, a empresa encomendou um projeto que priorizasse a integração desse imóvel ao conjunto original. O pragmatismo é importante, mas por que não apresentar, quando possível, uma proposta que deixe um legado?

Rafael Grazziotin, que teve acesso ao documento, comenta: “É um desenho horizontal, que não disputa atenção nem com a obra da Catedral, nem com a da Prefeitura, prédios de significado histórico. As cores são discretas e não sugerem nenhuma agressão visual. Do ponto de vista do paisagismo, ele mantém as palmeiras e as araucárias, dialogando com os exemplares que temos na praça. Vê-se que foi pensado para se adequar ao entorno e não para o entorno se adequar a ele”.

Manter belas construções em pé é essencial, mas sua preservação ganha uma perspectiva mais ampla se novas obras em seu entorno respeitarem a história e se integrarem com o patrimônio arquitetônico. “É um exemplo positivo”, conclui Rafael. “Seria perfeito se outras empresas o seguissem.”

A proposta está feita. Futuras intervenções podem incluir harmonia visual, conexão com o ambiente e capacidade de reter e ressignificar memórias como fatores de um projeto. Será, com certeza, um tempo com obras mais humanizadas, menos autocentradas. Obras que celebram o passado atentas a um futuro melhor.

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