Em meio a uma paisagem verde e montanhosa, de Mata Atlântica, a 66 quilômetros da capital, Petrópolis foi fundada com o propósito de tornar-se um subúrbio elegante destinado à corte imperial, que ali passava metade do ano, e às classes mais abastadas. Seu plano urbanístico tira partido do encontro de três rios, com ruas e avenidas às suas margens. Tendo em seu eixo central um canal com trecho retificado do rio Quitandinha, a Rua do Imperador foi a principal via arterial construí- da na cidade em meados do século XIX, e permanece até os dias atuais como uma de suas ruas comerciais mais importantes.
Alguns dos conjuntos arquitetônicos e antigos sobrados permanecem preservados como patrimônio cultural. A farmácia Raia ocupa o térreo de um desses edifícios assobradados centenários, nas proximidades do Museu Imperial, no Centro Histórico. Ele tem em sua fachada a data de 1900, poucos anos após a proclamação da República, quando houve transformações na toponímia, a fim de apagar o passado monárquico. A própria Rua do Imperador se chamou, por noventa anos, Avenida XV de Novembro, até a reversão do nome em 1980.