A meio caminho entre Rio de Janeiro e São Paulo, Guaratinguetá foi uma das principais vilas do vale do rio Paraíba no século XVIII, com uma casa de fundição de ouro e estabelecimentos que atendiam os viajantes. Foi no antigo Largo do Rosário, atual Praça Conselheiro Rodrigues Alves, que ainda no século XIX se instalou o Paço Municipal, em prédio depois substituído. Nas proximidades da Igreja de Santo Antônio, matriz da cidade, o local se configurou como centro político, religioso e comercial. Já no século XX, atravessado por bondes elétricos, abrigou o cinema central da cidade, escola, cafés, comícios, festejos. Na década de 1930, o grande movimento da praça era comparado à da Praça do Patriarca, da cidade de São Paulo, pelo jornal Correio Paulistano.
Construído na década de 1910 pelo negociante sírio João Abdalla, para ser local de trabalho e residência da família, o prédio ocupado pela Raia é um dos únicos de três andares da praça. A seu lado, estiveram, por muitos anos, a Casa Milre, as Casas Pernambucanas, a Confeitaria Mollica e, na esquina, a Casa Neves, onde se vendiam tecidos, chapéus e calçados, além do Cine Urânio, a partir da década de 1940. Na década de 1980 o edifício abrigou no térreo a Drogaria da Praça e foi parcialmente vendido pela família.