LUGARES DE CUIDADO E MEMÓRIA
Raia e Drogasil: arquiteturas de interesse histórico
HISTÓRIAS

Mergulho na memória

Na Avaré dos anos 1960, faltavam carros e sobravam árvores. A vida social se limitava a festas de família e idas à igreja. Os homens usavam chapéus, e as mulheres volta e meia ostentavam lenços que encobriam os bobes nos cabelos. Jantava-se cedo e, à noite, ouviam-se programas de rádio.

Foi em um ambiente como esse que o senhor Amarildo Pedra passou uma infância para lá de feliz. Ele correu, soltou pipa e jogou futebol, mas, aos dezesseis anos, como muitos jovens, teve que arranjar um emprego. Depois de algumas tentativas apareceu uma boa opção em uma das mais importantes farmácias da cidade. Seu nome era Nossa Senhora Aparecida.

Amarildo se apresentou para o trabalho e começou a se inteirar das funções. Eram outros tempos. O conteúdo das injeções, por exemplo, era disposto em frágeis seringas de vidro, e as agulhas de aço precisavam ser cuidadosamente esterilizadas antes da aplicação.
“Mesmo tendo tido dificuldade no começo fui muito feliz ali. Adquiri um grande conhecimento sobre saúde e sobre como lidar com as pessoas.”

Avaré tinha, como outras cidades espalhadas pelo país, aquele farmacêutico principal, que era na realidade o médico de família da cidade, tamanha a extensão do seu conhecimento e a efetividade das suas prescrições. “Na Nossa Senhora Aparecida, o senhor João Carvalho era quem fazia essa função.

Ele ouvia o que as pessoas lhe contavam com atenção e, em poucos minutos, já sabia que medicamento receitar. Era impressionante. Foi um privilégio ter trabalhado com ele.”

Deixando essa primeira ocupação, Amarildo ainda exerceu as funções de bancário, professor de matemática em escolas públicas e funcionário público estadual.

Teve também um rápido emprego na Penitenciária do Estado até finalmente prestar um concurso no Fórum e se assentar até a aposentadoria.
Casado e pai de dois filhos, passou a frequentar a Drogasil quando chegou a fase de cuidar da saúde dos pais. Viajando dez quilômetros do bairro Brabância, onde mora, ainda sai de casa cedo e chega a tempo de encontrar uma vaga de estacionamento. “Depois das dez horas pode esquecer”, ele diz.

“O movimento de carros e de pessoas fica muito intenso.” Amarildo fala com propriedade. Situada na Praça Independência ao lado do Mercado Municipal, a farmácia não poderia estar em uma localização mais central.

“Aquele pedaço, na esquina da Rua Pernambuco com a Rua Santa Catarina, faz parte do nosso passado. Eu mesmo cheguei a comprar medicamentos ali, em outra farmácia muito antiga da cidade, a Drogadada.”

O pequeno edifício de três pavimentos, que tem balcões em curva e frontões com feixes verticais, é típico do interior paulista. Foi erguido na década de 1920 pelo então proprietário, Amos Construcci, tendo destaque no comercial a partir de 1937. Entre os locatários, destaque para as Casas Pernambucanas e a própria Drogadada. A Drogasil se instalou ali em 2005.

Na Avaré de hoje a vida é mais agitada, mas a velha construção e os cuidados médicos administrados em seu interior acalmam o espírito e nos transportam para dias tranquilos.

CALÇADAS COSMOPOLITAS

Praça da Independência, Avaré

CALÇADAS COSMOPOLITAS

CALÇADAS COSMOPOLITAS

HISTÓRIAS

Pessoas e histórias nos lugares de cuidado da Raia e Drogasil

Nas farmácias, todos os dias, pessoas são cuidadas e vínculos são criados. Conheça os protagonistas e as histórias vividas nas nossas lojas.

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