LUGARES DE CUIDADO E MEMÓRIA
Raia e Drogasil: arquiteturas de interesse histórico
HISTÓRIAS

Memórias do início do século

A cidade de Cravinhos – nome dedicado às flores cravinas amarelas espalhadas em moitas pelos morros da região – se consolidou como núcleo urbano durante o ciclo do café do oeste paulista.
Nos anos 1920, a Rua XV de Novembro era considerada a artéria de Cravinhos, partindo da frente da estação ferroviária. A Rua Cesário Motta, sua primeira travessa principal, abrigava estabelecimentos como oficinas, alfaiatarias, farmácias, papelarias e armazéns, bastante comuns à época.

Em um deles, a uma quadra do mercado, funcionou uma casa de secos e molhados, a Vicente Olivito, construída por Vicente em 1909, no edifício restaurado e hoje ocupado pela Raia. A edificação simples, mas com ornamentação eclética, é um testemunho do estilo arquitetônico da Primeira República.
Vicente veio de San Giovane Fiore, na Itália, e fez bons negócios com exportação de café, tornando-se um próspero comerciante.

Sua residência ficava de frente para a atual farmácia e tinha nove quartos para cada um dos seus nove filhos. Um destes, João, resolveu tentar a sorte com beneficiamento de arroz em Ituverava, mas chegou lá em um ano de seca. Um desastre. A única alegria de sua passagem pela cidade foi o nascimento de um filho: Antônio Carlos Vicente Olivito.

Voltando para Cravinhos ainda bebê, o senhor Antônio, hoje aposentado, fez um pouco de tudo: foi seminarista, advogado, político e comerciante do ramo de confecção: “Antigamente as pessoas compravam tecidos e faziam suas vestes com as costureiras e os alfaiates. Numa certa altura eu vi que as coisas iam mudar e decidi trabalhar com roupa feita. Deu certo. Fiquei quase quarenta anos à frente do negócio”.

Na política, Antônio teve passagens interessantes, mas uma, em especial, chama a atenção. Ela tem a ver com a preservação da memória arquitetônica de Cravinhos: “Uns engenheiros de São Paulo queriam demolir o Grupo Escolar João Nogueira, e eu, como vereador, votei contra. O projeto foi levado à votação na Câmara e felizmente vetado. É um prédio maravilhoso, teria sido um crime se o tivessem derrubado”. A escola, a propósito, é o único patrimônio cultural tombado da cidade.
Assim como Cravinhos, a cidade de Promissão cresceu a partir do início do século XX. A diferença é que ali, durante as décadas de 1920 e 1930, a imigração japonesa foi predominante.

A legislação de obras da cidade, de 1935, estabeleceu um conjunto de normas que buscava dar uma fisionomia ao ambiente construído. Os estabelecimentos comerciais eram em geral térreos, com portas abertas para a rua e decorados com ornamentos de padrões geométricos em relevo. Traços dessas características ainda são visíveis em edificações como a Casa Lyda, armazém de secos e molhados que pertenceu ao imigrante Francisco H. Lyda, hoje também ocupada pela Raia.

ESQUINAS COMERCIAIS

Rua Cesário Motta, Cravinhos

ESQUINAS COMERCIAIS

Avenida Minas Gerais, Promissão

ESQUINAS COMERCIAIS

HISTÓRIAS

Pessoas e histórias nos lugares de cuidado da Raia e Drogasil

Nas farmácias, todos os dias, pessoas são cuidadas e vínculos são criados. Conheça os protagonistas e as histórias vividas nas nossas lojas.

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