LUGARES DE CUIDADO E MEMÓRIA
Raia e Drogasil: arquiteturas de interesse histórico
HISTÓRIAS

Dia de princesa

Se um paulistano do final dos anos 1960 quisesse comprar roupas, iria às lojas Ducal ou Garbo; já se quisesse comer, iria ao Carlino ou ao Bar Estadão; e finalmente, se quisesse assistir a um filme, tinha opções variadas como o Cine Marrocos ou o Ipiranga.

A ideia de ir a um único lugar onde se pudesse fazer compras, comer e se entreter ao mesmo tempo era impensável. Tirava até parte da graça de zanzar livremente com as sacolas pelas ruas do Centro, do Anhangabaú e da Praça da República. O hábito, porém, começou a se alterar na entrada da década seguinte. Fatores como conforto, otimização do tempo, segurança e glamour ganharam relevo, e um novo modelo de centro comercial evoluiu a partir do conceito das galerias.

O primeiro shopping center de São Paulo foi construído de frente para uma obra de ampliação da Rua Iguatemi, que deveria se chamar Radial Oeste. A morte do prefeito José Vicente Faria Lima, no entanto, levou a uma mudança dos planos, e a via foi batizada com seu nome em 1969. Cinco mil pessoas se aglomeraram no dia da inauguração para assistir a shows de Chico Buarque de Holanda, Nara Leão e Eliana Pittman. Anos depois, a região se transformou no novo eixo comercial da cidade.

Alfredo Mathias (1906-1979), engenheiro-arquiteto formado pela Escola Politécnica, foi o responsável pela obra. Ele trabalhou na Diretoria de Obras Públicas, abrindo uma construtora que se destacou pela edificação de galerias comerciais e complexos multiuso como as Grandes Galerias, a Nova Barão, o Edifício e Galeria Sete de Abril, o Centro Comercial Bom Retiro e os edifícios Chipre e Gibraltar, sede do famoso Cine Belas Artes. Com essa experiência, anteviu que o novo modelo era o futuro do comércio nas metrópoles.

Em 2019, o Shopping Iguatemi passaria a fazer parte da vida da gerente Fabiana Nascimento Nery Dias. Era um novo começo para alguém que tinha passado por vários começos. Antes de ir para lá, a jovem já havia trabalhado em doze unidades da Raia.

Nascida em São Paulo, sempre viveu no Centro, tendo estudado em escolas da região como a Patrícia Galvão e a Marina Cintra. Na época do ensino médio, vendo que colegas iam “fazer ficha” na Raia da Rua Frei Caneca, resolveu tentar a sorte. Não foi fácil. Só depois de seis entrevistas conseguiu o posto e deu início à sua história na empresa em 1999.

Ao chegar ao Iguatemi, Fabiana logo se viu diante de um desafio. Aquela seria a loja 2 mil da rede e esperavam-se resultados expressivos, afinal o shopping está situado em área privilegiada da cidade e tem uma clientela exigente. Como se isso não fosse o bastante, ainda seria dada uma festa para mais de duzentos convidados no dia da inauguração. “Fiquei ansiosa”, confessou.

Na ocasião Fabiana pôde conversar com o presidente, diretores e acionistas. Estava vivendo “um dia de princesa” até que chegou a hora de falar ao microfone. “Meu coração tremeu. Nem sei o que falei, só me lembro que senti um enorme alívio ao ouvir os aplausos. Foi quando percebi que tudo estava caminhando bem.”

Assim que a farmácia abriu as portas, Fabiana teve que enfrentar um revés: a pandemia do coronavírus. Hoje, porém, são claros os sinais de recuperação. “Trabalhar aqui foi uma das melhores sensações que tive na empresa”, ela diz. “O ambiente é muito bom e me sinto lisonjeada por ter tido essa oportunidade.”

A CIDADE MODERNISTA

Avenida Brigadeiro Faria Lima, São Paulo

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HISTÓRIAS

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