Nos limites do centro histórico de Belém, os bairros de Batista Campos, Nazaré e Umarizal concentravam casarões e palacetes de uma elite que enriqueceu com o desenvolvimento local ocasionado pelo ciclo da borracha na região amazônica, entre o final do século XIX e início do XX.
Uma parcela do acervo construído no período permanece nesses bairros, ainda que não mais como moradia, em função da intensa verticalização da década de 1970 e das transformações urbanas ocasionadas pela valorização dessas áreas. Uma dessas grandes casas se encontra no bairro de Nazaré, cujo nome se deu em razão do culto à imagem da Nossa Senhora de Nazaré, que atrai romeiros desde o século XVIII. A uma quadra da Igreja de Nazaré, a edificação de esquina ocupada hoje por uma farmácia Drogasil é marcante na paisagem e na história do bairro, e teve a cantora Fafá de Belém como uma de suas frequentadoras. A casa mantém algumas características próprias do neocolonial paraense, estilo de construção que mistura elementos da arquitetura portuguesa com o barroco brasileiro e decoração marajoara, adaptações que se davam pela dificuldade de importação de componentes e materiais, mas também pela busca de representar as tradições nacionais.